Homenagem a Ennio Morricone
Ennio Morricone se foi, e eu me lembrei imediatamente do que foi dito quando da partida de Tom Jobim: “não se trata da queda de numa árvore, e sim da derrubada de uma floresta”.
Morricone. Músico da mais alta cepa, com domínio amplo e irrestrito da fenomenologia musical.
Entre suas tantas facetas, não me canso de lembrar dos seus arranjos maravilhosos de standards da canção popular italiana para o célebre tenor emiliano Ferruccio Tagliavini, tais como “Parlami D’Amore Mariù“, de Cesare Andrea Bixio (1896-1978), lançada por Vittorio de Sica no filme Gli uomini, che mascalzoni…, de 1932.
Não me canso de admirar, também, esta foto de Morricone acompanhado de Bixio, ambos sorridentes – o que estariam conversando? Apesar de desconhecer a fonte, gosto de imaginar que tenha sido sacada no intervalo de alguma tomada de gravação (quem sabe, até, durante as gravações que incluem esta que ora lhes disponibilizo com a maior alegria?) nos antológicos estúdios da RCA Italiana, na antológica Via Tiburtina Km. 18, em Roma. Morricone era um dos Maestros da casa, juntamente com Luiz Enriquez Bacalov, e foi um dos responsáveis pela revolução musical na música popular italiana jovem dos anos 1960, que se originou com os “cantautori” e teve reflexo até as duas décadas seguintes.
Viva Morricone! Que, como bem disse o Primeiro Ministro da Italia, Giuseppe Conte, “nos fez sonhar, emocionar, refletir, escrevendo notas memoráveis que permanecerão indeléveis na história da música e do cinema”. Sim, existem Políticos, Estadistas, que honram a vocação de efetivamente conhecer, reconhecer, se curvar e RESPEITAR essa entidade sagrada de nossa civilização denominada CULTURA.